Walter Franco

27/08/2013 21:01

Show realizado no Sesc São José dos Campos / SP, em 24/08/2013

Comemorando 40 anos de carreira

Convidados especiais:

Jards Macalé e Diogo Franco


(Foto: divulgação)

Entre os mais renomados e vanguardistas compositores brasileiros da década de 70, Walter Franco é um nome importante da música brasileira e um dos primeiros a fazer música concreta no país. Deixou quatro discos nos anos 70, antes de entrar em uma reclusão e ser recuperado no ano 2000, com um documentário e no ano seguinte, com um novo disco. Desde então, Walter tem se apresentado e mostrado seu trabalho pelo país.
Seu primeiro momento solo aconteceu em 1972, no Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, quando tocou "Cabeça". A confusão começou quando o júri formado por Nara Leão, Roberto Freire, Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Décio Pignatari, resolveu premiar aquela música estranha, experimental, com poesia cortada, com o primeiro lugar, apesar das vaias da plateia.
Walter já tinha chamado atenção suficiente para conseguir um contrato, e em 1972 assinou com a Continental. O produtor escolhido para a empreitada seria o radialista Walter Silva, o Pica-Pau, mas ele resolveu chamar o amigo Rogério Duprat, para a missão, por não entender muito as ideias de seu xará.
Com total liberdade no estúdio, o apoio de Duprat, e a melhor tecnologia disponível na época, Walter estreia com o disco “Ou Não” (também conhecido como “Disco da Mosca” ou “Disco Branco”). Em “Ou Não, Walter utilizava técnicas incomuns, como a poesia concreta, repetições de fragmentos de letras e arranjos elaborados. O disco chegou a ser considerado como a melhor estréia de um artista brasileiro.
No ano seguinte, Walter saiu com o show "A Sagrada Desordem do Espírito" onde se apresentava sozinho, com um violão e em posição de lótus. Seu único companheiro era a mesa de mixagem comandada por Peninha Schmidt, que era usada como uma orquestra, dando liberdade para Walter criar em cima do palco.
Mas, nada disso seria páreo para o novo trabalho de Walter. Gravado em outubro de 1975 e lançado no ano seguinte. “Revolver” mostrava um Walter totalmente diferente. Walter só voltaria a lançar um novo disco em 1978. O resultado seria outra obra-prima: “Respire Fundo”, que levou oito meses de gestação e teve mais de 200 músicos envolvidos.
No ano seguinte, Walter lança outra obra fundamental, Vela Aberta. O disco trazia a controversa canção "Canalha", que rendeu a ele, novamente, vaias quando foi defendida no Festival da Tupy. Berrada, gritada, Walter recebeu enormes vaias e defendeu sua obra, dizendo que não estava chamando ninguém de canalha e apenas falando de uma dor canalha, que é a dor da existência de todo ser humano.
Em 2001, Walter voltou aos estúdios e lançou “Tutano”, seu último disco pela pequena yesbrazil? e posteriormente pela Trama e com participações especiais, como a de Arnaldo Antunes. Em 2001, os dois primeiros discos dele foram relançados na série "Clássicos da MPB - Série Dois Momentos", com a edição produzida pelo baterista dos Titãs, Charles Gavin.